Argumentação
Por Anderson Ulisses S.
Nascimento
Bacharel em Letras pela UFRJ, mestre em Língua Portuguesa pela UERJ,
doutorando em Língua Portuguesa pela UERJ.
ORGANIZAÇÃO TEXTUAL
O ser
humano se comunica por meio de textos. Desde uma simples e passageira
interjeição como Olá até uma mensagem muitíssimo extensa. Em
princípio, esses textos eram apenas orais. Hoje, são também escritos. Nesse
processo, os textos ganharam formas de organização distintas, com propósitos
nitidamente distintos também. As principais formas de organização textual
registradas na humanidade são, assim:
Narrativa: aquela que compreende textos que
contam uma história, relatam um acontecimento.
Argumentativa: a que visa ao convencimento do interlocutor.
Descritiva: cuja finalidade é apresentar concreta ou metaforicamente uma dada descrição.
Argumentativa: a que visa ao convencimento do interlocutor.
Descritiva: cuja finalidade é apresentar concreta ou metaforicamente uma dada descrição.
Cada uma dessas formas de organização textual
desdobra-se em inúmeros gêneros textuais distintos, que nada mais são do que
cada concretizável possível a cada um dos objetivos textuais. Assim, por
exemplo, a diferentes formas e formatos para se narrar: fábula, conto de fadas,
romance, conto, notícia, fofoca, etc.
TEXTO ARGUMENTATIVO
Esse tipo
de texto, que é aplicado nas redações do Enem,
inclui diferentes gêneros, tais quais, dissertação, artigo de opinião, carta
argumentativa, editorial, resenha argumentativa, dentre outros.
Todo e qualquer texto argumentativo, como já dito, visa ao convencimento de seu ouvinte/leitor. Por isso, ele sempre se baseia em uma tese, ou seja, o ponto de vista central que se pretende veicular e a respeito do qual se pretende convencer esse interlocutor. Nos gêneros argumentativos escritos, sobretudo, convém que essa tese seja apresentada, de maneira clara, logo de início e que, depois, através duma argumentação objetiva e de diversidade lexical seja sustentada/defendida, com vistas ao mencionado convencimento.
Todo e qualquer texto argumentativo, como já dito, visa ao convencimento de seu ouvinte/leitor. Por isso, ele sempre se baseia em uma tese, ou seja, o ponto de vista central que se pretende veicular e a respeito do qual se pretende convencer esse interlocutor. Nos gêneros argumentativos escritos, sobretudo, convém que essa tese seja apresentada, de maneira clara, logo de início e que, depois, através duma argumentação objetiva e de diversidade lexical seja sustentada/defendida, com vistas ao mencionado convencimento.
A
estrutura geral de um texto argumentativo consiste de introdução,
desenvolvimento e conclusão, nesta ordem. Cada uma dessas partes, por sua vez
tem função distinta dentro da composição do texto:
Introdução: é a parte do texto argumentativo em que
apresentamos o assunto de que trataremos e a tese a ser desenvolvida a respeito
desse assunto.
Desenvolvimento: é a argumentação propriamente dita, correspondendo aos desdobramentos da tese apresentada. Esse é o coração do texto, por isso, comumente se desdobra em mais de um parágrafo. De modo geral, cada argumentação em defesa da tese geral do texto corresponde a um parágrafo.
Conclusão: a parte final do texto em que retomamos a tese central, agora já respaldada pelos argumentos desenvolvidos ao longo do texto.
Desenvolvimento: é a argumentação propriamente dita, correspondendo aos desdobramentos da tese apresentada. Esse é o coração do texto, por isso, comumente se desdobra em mais de um parágrafo. De modo geral, cada argumentação em defesa da tese geral do texto corresponde a um parágrafo.
Conclusão: a parte final do texto em que retomamos a tese central, agora já respaldada pelos argumentos desenvolvidos ao longo do texto.
RELAÇÃO ENTRE TESE E ARGUMENTO
De modo
geral, a relação entre tese e argumento pode ser compreendida de duas maneiras
principais:
Argumento, portanto, Tese (A→ pt→T) ou Tese porque Argumento (T→ pq→A):
(A→ pt→T)
“O governo gasta, todos os anos, bilhões de reais no tratamento das mais diversas doenças relacionadas ao tabagismo; os ganhos com os impostos nem de longe compensam o dinheiro gasto com essas doenças. Além disso (Ainda, e, também, relação de adição → quando se enumeram argumentos a favor de sua tese), as empresas têm grandes prejuízos por causa de afastamentos de trabalhadores devido aos males causados pelo fumo. Portanto (logo, por conseguinte, por isso, então → observem a relação semântica de conclusão, típica de um silogismo), é mister que sejam proibidas quaisquer propagandas de cigarros em todos os meios de comunicação.”
Argumento, portanto, Tese (A→ pt→T) ou Tese porque Argumento (T→ pq→A):
(A→ pt→T)
“O governo gasta, todos os anos, bilhões de reais no tratamento das mais diversas doenças relacionadas ao tabagismo; os ganhos com os impostos nem de longe compensam o dinheiro gasto com essas doenças. Além disso (Ainda, e, também, relação de adição → quando se enumeram argumentos a favor de sua tese), as empresas têm grandes prejuízos por causa de afastamentos de trabalhadores devido aos males causados pelo fumo. Portanto (logo, por conseguinte, por isso, então → observem a relação semântica de conclusão, típica de um silogismo), é mister que sejam proibidas quaisquer propagandas de cigarros em todos os meios de comunicação.”
(T→ pq→A)
O governo deve imediatamente proibir toda e qualquer forma de propaganda de cigarro, porque (uma vez que, já que, dado que, pois → relação de causalidade) ele gasta, todos os anos, bilhões de reais no tratamento das mais diversas doenças relacionadas ao tabagismo; e, muito embora (ainda que, não obstante, mesmo que → relação de oposição: usam-se as concessivas para refutar o argumento oposto) os ganhos com os impostos sejam vultosos, nem de longe eles compensam o dinheiro gasto com essas doenças.
O governo deve imediatamente proibir toda e qualquer forma de propaganda de cigarro, porque (uma vez que, já que, dado que, pois → relação de causalidade) ele gasta, todos os anos, bilhões de reais no tratamento das mais diversas doenças relacionadas ao tabagismo; e, muito embora (ainda que, não obstante, mesmo que → relação de oposição: usam-se as concessivas para refutar o argumento oposto) os ganhos com os impostos sejam vultosos, nem de longe eles compensam o dinheiro gasto com essas doenças.
EXERCÍCIOS
Identifique
o sentido argumentativo dos seguintes textos, e separe, por meio de barras, a
tese e o(s) argumento(s).
a) “Meu
carro não é grande coisa, mas é o bastante para o que preciso. É econômico,
nunca dá defeito e tem espaço suficiente para transportar toda a minha
família.”
b) “Veja bem, o Brasil a cada ano exporta mais e mais; além disso, todo ano batemos recordes de produção agrícola. Sem contar que nosso parque industrial é um dos mais modernos do mundo. definitivamente, somos o país do futuro.”
c) “Embora a gente se ame muito, nosso namoro tem tudo para dar errado: nossa diferença de idade é grande e nossos gostos são quase que opostos. Além disso, a família dela é terrível.”
d) “Como o Brasil é um país muito injusto, toda política social por aqui implementada é vista como demagogia, paternalismo.”
RESOLUÇÃO
a) O sentido aí presente é (T→ pq→A), uma vez que, após uma constatação, se seguem as motivações que a fundamentam.
Meu carro não é grande coisa, mas é o bastante para o que preciso (TESE)./ É econômico (argumento 1), /nunca dá defeito (argumento 2)/ e tem espaço suficiente para transportar toda a minha família (argumento 3).
b) Nesse exemplo, já encontramos a orientação (A→ pt→T), uma vez que se parte de exemplificações para, a partir delas, enunciar uma proposição.
Veja bem, o Brasil a cada ano exporta mais e mais (argumento 1);/ além disso, todo ano batemos recordes de produção agrícola (argumento 2)./ Sem contar que nosso parque industrial é um dos mais modernos do mundo (argumento 3)./ Definitivamente, somos o país do futuro. (TESE).
b) “Veja bem, o Brasil a cada ano exporta mais e mais; além disso, todo ano batemos recordes de produção agrícola. Sem contar que nosso parque industrial é um dos mais modernos do mundo. definitivamente, somos o país do futuro.”
c) “Embora a gente se ame muito, nosso namoro tem tudo para dar errado: nossa diferença de idade é grande e nossos gostos são quase que opostos. Além disso, a família dela é terrível.”
d) “Como o Brasil é um país muito injusto, toda política social por aqui implementada é vista como demagogia, paternalismo.”
RESOLUÇÃO
a) O sentido aí presente é (T→ pq→A), uma vez que, após uma constatação, se seguem as motivações que a fundamentam.
Meu carro não é grande coisa, mas é o bastante para o que preciso (TESE)./ É econômico (argumento 1), /nunca dá defeito (argumento 2)/ e tem espaço suficiente para transportar toda a minha família (argumento 3).
b) Nesse exemplo, já encontramos a orientação (A→ pt→T), uma vez que se parte de exemplificações para, a partir delas, enunciar uma proposição.
Veja bem, o Brasil a cada ano exporta mais e mais (argumento 1);/ além disso, todo ano batemos recordes de produção agrícola (argumento 2)./ Sem contar que nosso parque industrial é um dos mais modernos do mundo (argumento 3)./ Definitivamente, somos o país do futuro. (TESE).
c) Aqui, o sentido é (T→ pq→A), em que de
uma afirmação inicial se desdobram exemplos que a justificam.
Embora a gente se ame muito, nosso namoro tem tudo para dar errado (TESE):/ nossa diferença de idade é grande (argumento 1) e nossos gostos são quase que opostos (argumento 2). Além disso, a família dela é terrível (argumento 3).
d) Nesse exemplo, o movimento é (A→ pt→T), já que se parte de uma causa que funciona como justificativa a uma enunciação que, por sua vez, é a consequência constatada.
Como o Brasil é um país muito injusto (argumento),/ toda política social por aqui implementada é vista como demagogia, paternalismo (TESE).
Embora a gente se ame muito, nosso namoro tem tudo para dar errado (TESE):/ nossa diferença de idade é grande (argumento 1) e nossos gostos são quase que opostos (argumento 2). Além disso, a família dela é terrível (argumento 3).
d) Nesse exemplo, o movimento é (A→ pt→T), já que se parte de uma causa que funciona como justificativa a uma enunciação que, por sua vez, é a consequência constatada.
Como o Brasil é um país muito injusto (argumento),/ toda política social por aqui implementada é vista como demagogia, paternalismo (TESE).
Fonte: http://educacao.globo.com/portugues/assunto/texto-argumentativo/argumentacao.html
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